Tecnologia da Kodak promete mais sensibilidade e menos ruído nas imagens.
A idéia por trás do novo sensor é bastante inovadora. Além dos fototransistores que captam cada uma das cores básicas, também presentes nos sensores convencionais, a Kodak acrescentou pixels pancromáticos que se encarregam de registrar a luminosidade. Depois, informações dos dois tipos de pixel - colorido e pancromático - são combinadas para reconstituir a imagem.
Segundo a Kodak, o resultado é que é possível aumentar a sensibilidade em até dois pontos (de ISO 100 para 400, por exemplo) com o mesmo nível de ruído na imagem. Em situações de luz abundante, a sensibilidade elevada permite usar velocidades maiores (1/500 em vez de 1/125 segundo, por exemplo), o que ajuda a evitar que a foto saia tremida. Em situações de pouca luz, o benefício é obvio.
Nos sensores CCD e CMOS convencionais, há pixels separados para cada uma das cores básicas - azul, verde e vermelho. Eles são dispostos no chamado padrão de Bayer: uma linha intercala pixels vermelhos e verdes e, a seguinte, azuis e verdes. Isso se repete nas linhas seguintes. Assim, num sensor de 8 megapixels, há 4 megapixels verdes, 2 vermelhos e 2 azuis. O nome é uma referência a Bryce Bayer, engenheiro da Kodak que criou esse padrão em 1976.
No novo sensor da Kodak (ainda sem nome comercial), os pixels coloridos são intercalados com elementos pancromáticos, encarregados de registrar a luminosidade. Num sensor de 8 megapixels, haverá 4 megapixels pancromáticos, 2 verdes, 1 azul e 1 vermelho. Nos pixels coloridos, só uma cor é captada. Assim, a maior parte da luz é desperdiçada, o que resulta numa sensibilidade relativamente baixa. Mais sensíveis, os pixels pancromáticos permitem melhorar o desempenho da câmera com pouca luz.
O novo sensor requer um processador mais poderoso, já que o processamento da imagem torna-se mais complicado com ele. Mas, dada a rápida evolução dos chips presentes nas câmeras, isso não deve ser um problema. Há alguma perda na resolução de cor, já que apenas metade dos pixels captam dados cromáticos. Ao que parece, essa perda é pouco significativa com comparação com o ganho na relação sinal/ruído.
Por enquanto, esses dispositivos encontram-se em fase de laboratório. A Kodak pretende ter os primeiros protótipos industriais no início de 2008. A fabricação em escala comercial deve começar no terceiro trimestre de 2008, quando câmeras com o novo sensor devem chegar às lojas.
A empresa vai usar os novos sensores nas suas próprias câmeras e também vendê-los a outros fabricantes. Essa é a primeira evolução importante nos sensores fotográficos desde que a Fujifilm inventou o SuperCCD, oito anos atrás. Até hoje, os sensores da Fujifilm são os que têm melhor relação sinal/ruído. Agora, haverá um concorrente de respeito.
Fonte: INFO Online